Nos anos 1940, um grupo de pesquisadores se propôs a descobrir qual seria a cor preferida da maioria da população mundial. Participaram da consulta 30 mil indivíduos, de 100 países diferentes, e 45% dos envolvidos declararam gostar de um tipo de azul-esverdeado. Estudos recentes têm se dedicado a analisar o motivo da preferência.
Em 2010, os psicólogos americanos Stephen E. Palmer e Karen Schloss, da Universidade de Wisconsin-Madison, publicaram um estudo que afirma haver uma relação entre a cor preferida das pessoas e suas preferências em geral. Por exemplo: gosta de abóbora e Cheetos? Sua cor predileta deve ser laranja. Detesta verduras e grama? Você não deve curtir muito verde.
“Se você prestar atenção, a maioria das coisas associadas ao azul são positivas”, explica Karen. Segundo ela, é difícil encontrar algo negativo com essa cor – o que vem à cabeça, como o frio, na verdade, é roxo. O mais comum é pensar no céu e em água, ou em tinta de caneta e calças jeans. Nada ruim ou triste. Segundo a professora, não importa onde você esteja no mundo: em um dia bonito, o céu é azul. Água limpa também costuma ser azulada.
Do outro lado do espectro, ficam os amarelos-escuros, como mostarda e verde-oliva. De acordo com a pesquisa, as pessoas associam as cores a vômito, diarreia ou resíduos tóxicos.
Mas essa escolha não é definitiva. Assim como as preferências mudam de acordo com as experiências de vida, a cor favorita também pode ser alterada, afirma a professora. Karen também explica que pode haver variações até com o passar das estações do ano: no outono, quando as folhas ficam amareladas e o tempo esfria, as pessoas tendem a gostar de tons quentes.
Outro estudo, mais recente, separou dois grupos de participantes. Metade recebeu imagens positivas de vermelho (rosas, morangos) e fotografias verdes negativas (lesma e vômito). A outra parte, vermelhos negativos (olhos vermelhos e feridas abertas) e verdes positivos (kiwi e árvores). As preferências mudaram de um dia para o outro.
“A noção de uma ‘cor favorita’ faz parecer que essa é uma característica de um indivíduo. Estamos descobrindo, no entanto, é que existem sim alguns aspectos fixos na escolha, mas a dinâmica da vida e o pensamento das pessoas também interferem nas preferências”, afirma a psicóloga.
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