De acordo com a Receita Federal, foram feitas quatro operações em criptomoedas, totalizando R$ 300 mil em dinheiro virtual

A Operação Pão Nosso, desdobramento da Lava Jato no Rio, constatou uma forma inovadora de lavagem de dinheiro: o uso de moedas virtuais. Na ação desta terça-feira (13/3), sete pessoas foram presas até agora, entre elas o delegado Marcelo Martins, chefe das delegacias especializadas, e o ex-secretário penitenciário de Sérgio Cabral (MDB) César Rubens Monteiro de Carvalho.

Segundo Luiz Henrique Casemiro, superintendente adjunto da 7ª Região Fiscal da Receita Federal, os envolvidos no esquema fizeram quatro operações em criptomoedas, totalizando R$ 300 mil em dinheiro virtual.
“O que nos chamou a atenção com relação a essa ação é que pela primeira vez aparecem operações envolvendo bitcoin. Isso é uma novidade. As pessoas estão tentando sofisticar de alguma forma, talvez tentando voar abaixo do radar da Receita Federal, do Banco Central e do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras]”, afirmou Casemiro.
O objetivo da operação desta terça é investigar crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro em contratos fraudulentos da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio com o empresário Felipe Paiva para o fornecimento de lanches a presídios. Os valores cobrados pelo pão chegaram a 50% acima do que era pago anteriormente pelo estado. No total, os suspeitos teriam desviado, pelo menos, R$ 73 milhões dos cofres públicos.

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De acordo com a investigação, o patrimônio de César Rubens de Carvalho, preso nesta manhã, aumentou pelo menos dez vezes. Parte da propina recebida pela Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (SEAP) era repassada ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB), que já está preso por outros crimes. Felipe Paiva, segundo a força-tarefa, encontra-se em Portugal e não foi preso. (Com informações da Agência Estado)
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