Xingar muito no Twitter. Foi essa a reação de muitos brasileiros diante da crise provocada pela paralisação dos caminhoneiros em todo o país. Análise da AP/Exata Inteligência em Comunicação Digital, exclusiva para a Grande Angular, apontou que o sentimento de raiva dominou a rede social desde o primeiro dia da greve.
Também foi constatado que a maioria dos internautas manifestou sentir orgulho do movimento, apesar das mensagens pessimistas terem sido mais frequentes do que as otimistas.
Para analisar as emoções dos internautas diante da paralisação, foram coletados todos os tweets e retweets com o termo “caminhoneiros” publicados no Brasil no período de 20 a 25 de maio. Ao todo, foram analisadas 149.345 publicações.
A raiva foi o sentimento mais presente, seguido por outros três: medo tristeza e confiança. O último cresceu após o governo anunciar o primeiro acordo com os caminhoneiros, que acabou não se concretizando.
Confira:

Responsável pela análise, o diretor da AP/Exata e pós-doutor em Comunicação, Sergio Denicoli, explica que a raiva não é necessariamente contra o movimento grevista ou o governo: “É a insatisfação com o que está posto”.
De acordo com Denicoli, é esse o sentimento responsável pelo maior engajamento dos internautas. “Quando as pessoas estão com raiva, elas entram mais nos debates. Funciona como gasolina para as interações”, disse.
A maioria dos internautas manifestou orgulho do movimento, apontou a análise. Nesta sexta (25) o percentual chegou a 58%, contra 42% de vergonha da mobilização.
Veja:
Durante a análise, as manifestações pessimistas se sobrepuseram às otimistas. Mas, ao longo dos dias, é possível ver o aumento de interações positivas, passando de 32% no domingo (20) para 42% na sexta (25).
Confira:
Também foram analisadas as emoções relacionadas ao presidente Michel Temer após o anúncio de que as forças federais seriam utilizadas para desbloquear as estradas. Observados os tweets publicados entre as 12h e as 16h desta sexta (25), os sentimentos negativos dominaram a rede, com destaque para o medo, a raiva e a tristeza.
Perfis mais influentes
Duas hashtags relacionadas à paralisação entraram nos TrendTopics do Twitter: #TemerAbaixaAGasolina e #EuApoioAGreveDosCaminhoneiros. A pesquisa identificou que a primeira foi gerada por um perfil fake, especializado em compartilhar mensagens conservadoras.
A segunda, no entanto, veio de postagens de pessoas reais e provocou um amplo debate político. “As hashtags são como grupos, percebemos que muitas pessoas aproveitaram o alcance da etiqueta para inserir fatos político partidários para criar um contexto de embate político”, explicou Denicoli.
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