Segundo a advogada Naiara Baldanza, os termos para a entrega serão tratados diretamente com a polícia

A defesa de Denis Furtado, conhecido como “Dr. Bumbum”, e da mãe dele, Maria de Fátima Furtado, informou nesta quarta-feira (18/7) que o médico está com síndrome do pânico e vai se entregar. Segundo a advogada Naiara Baldanza, os termos para a entrega de seus clientes serão tratados diretamente com a polícia. A data e o local onde eles irão se apresentar não foram revelados.
Ela garantiu que o médico não é responsável pela morte da bancária Lílian Calixto: “Nenhuma complicação foi observada durante o procedimento. Ela passou mal depois e entrou em contato com o Dr. Denis, que a acompanhou até o hospital. Ele me disse que pediu para acompanhar de perto todos os procedimentos de saúde, mas não foi autorizado pelo hospital”.
Questionada sobre os inquéritos abertos contra o médico, a advogada preferiu se abster de comentar.  Sobre os atendimentos fora do ambiente hospitalar, Naiara também não disse nada. Segundo a polícia, clientes e ex-funcionários, o médico fazia os procedimentos em casas e até mesmo em quartos de hotéis.
A advogada alegou que Denis Furtado era o médico que mais realizava bioplastias no Brasil e tem clientes satisfeitas em todo o país: “Ele já fez mais de cinco mil intervenções. Existe um grupo de ex-pacientes dele no WhatsApp que o defende. Dizem, inclusive, que ele é muito querido”.
O médico e a mãe são considerados foragidos da polícia, já que estão com prisão decretada pela Justiça do Rio de Janeiro, local em que Lilian Calixto morreu.
Em fotos e vídeos publicados nas redes sociais, porém, Denis “vende” experiência e uma trajetória de sucesso.
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IrregularidadesComo o Metrópoles mostrou, “dr. Bumbum” transformou uma residência alugada na QI 23 do Lago Sul, bairro nobre de Brasília, em clínica clandestina para realizar os procedimentos estéticos.
A dona, Flávia Coutinho, só descobriu a irregularidade depois de operação coordenada pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). Na ocasião, três armas foram apreendidas com o médico. O homem ainda deixou uma dívida de R$ 50 mil com a proprietária do imóvel.
Denis cobrava até R$ 20 mil pelos procedimentos. “Os valores nunca iam para a conta dele, mas sim de terceiros. Não emitia nota fiscal para os pacientes e vendia os produtos na própria clínica, não deixando que eles os comprassem em outros estabelecimentos”, contou a enfermeira Wanessa Ribeiro Reis, 26 anos. Ela trabalhou com o médico por quatro meses.
“Os pacientes eram ludibriados. Ele vendia uma quantidade maior do produto, mas, na hora do atendimento, colocava uma menor. Ou então vendia o material e simplesmente desaparecia antes de realizar a aplicação”, acusou.
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