O volante Umtiti marcou de cabeça, aos seis minutos do segundo tempo, após cobrança de escanteio de Griezmann: gol abalou os belgas

A Copa do Mundo da Rússia conhece nesta terça-feira (10/7) o primeiro finalista. Seja a França ou a Bélgica a vencedora do confronto semifinal na Arena Zenit, em São Petersburgo, uma equipe estará na decisão de domingo (15), em Moscou, com os mesmos atributos. Será a favorita ao título por ter passado por um caminho bem mais difícil no torneio e terá coroado um trabalho exemplar de formação de talentos e de construção de elenco.
E foi um bom primeiro, com bastante equilíbrio. Os franceses começaram melhor, mas os belgas, liderados por Hazard, equilibraram as ações e tiveram boas chances na primeira meia hora de jogo. Uma delas com o próprio Hazard, com o chute passando por cima do gol de Lloris. E outra, com Alderweireld, em ótima defesa de Lloris.
Aos poucos, porém, os franceses partiram para cima e equilibraram as ações. Griezmann tentou alguns chutes, mas o lance de maior perigo ocorreu no final da etapa, em um chute de Pavard, defendido pelo goleiro belga Courtois com a ponta do pé esquerdo.
Os dois países mostraram em campo, e nos outros jogos na Rússia, um futebol ofensivo, velocidade e juventude. A França tem um dos grupos mais jovens da Copa do Mundo, com média de idade de 26 anos, e como destaques os atacantes Mbappé, 19 anos, e Griezmann, 27. A Bélgica, um pouco mais experiente (média de idade de 27 anos), tem o melhor ataque da competição, com 14 gols, e o vice-artilheiro, Romelu Lukaku, 25 anos e quatro gols marcados.
Esses jovens jogadores terão a chance de nesta semifinal deixarem o rótulo de promessas para igualarem o que apenas gerações históricas fizeram por seus países. Os franceses podem igualar a equipe comandada por Zinedine Zidane, que colocou a seleção em final de Eurocopa e em duas decisões de Copa do Mundo. Os belgas sonham em obter o melhor resultado do país em um Mundial e ir além da semifinal, alcançada em 1986. “Nosso time é jovem, mas evoluiu nos últimos anos e cresceu neste torneio. Estamos prontos para ir além”, disse o técnico francês Didier Deschamps.
O meia belga Kevin de Bruyne, autor de um gol contra o Brasil, revelou estar emocionado com a vaga na semifinal e relembrou que o momento é resultado de um trabalho de anos da seleção. “Eu penso que a Bélgica tem potencial. Estamos há sete ou oito anos jogando juntos. Talvez alguns jogadores não acreditassem que iríamos tão longe, mas agora podemos ir até o fim”, comentou.
Caminho
O caminho das duas equipes até a semifinal foi complicado e justifica o motivo de que o ganhador do jogo em São Petersburgo será o favorito no domingo. A França derrubou campeões como a Argentina, de Lionel Messi, e o Uruguai, de Luis Suárez, para chegar a esta etapa. A Bélgica superou a fama de amarelar ao conseguir a virada de 3 x 2 sobre o Japão, com gol nos acréscimos, e derrotar o Brasil nas quartas de final.
Esses resultados não foram construídos de uma hora para outra. A França tem o mesmo treinador há seis anos e uma base que esteve junta na Copa do Mundo de 2014 e no vice da Eurocopa, em 2016. Titulares como Umtiti e Pogba foram campeões mundiais sub-20 há apenas cinco anos e promovidos pouco a pouco.
A Bélgica desfruta do trabalho de mais uma década para reformular as categorias de base do país, com a unificação de sistema de jogo no 4-3-3 para os garotos e da metodologia para captação de talentos. O resultado veio agora.
O trabalho de organização nos países, a geração talentosa à disposição e os resultados obtidos nesta Copa do Mundo fazem, portanto, do encontro uma espécie de final antecipada. França ou Bélgica serão o remanescente da chave do mata-mata onde estavam no início das oitavas de final quatro campeões mundiais e mais o atual campeão europeu, Portugal, liderado pelo melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo.
“É uma única oportunidade para as duas seleções, após anos de trabalho. É o jogo em que todo mundo quer jogar, pois é especial estar em uma semifinal. É um momento histórico muito importante para as duas nações”, afirmou o técnico da Bélgica, o espanhol Roberto Martínez.
Mudanças
As duas equipes devem passar por ajustes, com uma mudança na formação para cada lado. Os franceses contam com o retorno do meia Matuidi, desfalque contra o Uruguai por estar suspenso. Tolisso deve sair do time.
Na Bélgica, a alteração deve ser maior. O lateral-direito Meunier está suspenso e vai obrigar o técnico a mudar o esquema. Em vez do 3-4-3 utilizado contra o Brasil, a equipe deve jogar no 4-3-3, com a entrada do zagueiro Vermaelen.
FICHA TÉCNICA
França x Bélgica
França
Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Hernández; Pogba e Kanté; Mbappé, Griezmann e Matuidi; Giroud.
Técnico: Didier Deschamps.
Bélgica
Courtois; Alderweireld, Vermaelen, Kompany e Vertonghen; Witsel, De Bruyne e Chadli; Fellaini e Hazard.
Técnico: Roberto Martínez.
Árbitro: Andrés Cunha (Fifa/Uruguai).
Horário: 15h.
Local: Arena Zenit, em São Petersburgo (Rússia).
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