Ex-presidente é filho de libaneses e foi escolhido por Jair Bolsonaro para chefiar missão humanitária no país

Michel Temer aguarda Bolsonaro no alto da rampa do palacio do planalto - Posse do presidente Jair Bolsonaro

Oex-presidente Michel Temer (MDB) agradeceu pelo “gesto civilizado” de Jair Bolsonaro (sem partido) ao indicá-lo para chefiar a missão humanitária brasileira de ajuda ao Líbano, que sofre as consequências de uma grave explosão no porto de Beirute, ocorrida no dia 4 de agosto.

Temer, que é filho de imigrantes libaneses, disse ter se sentido honrado pela indicação. “Quando o secretário de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha, me telefonou, transmitindo uma consulta que o senhor fazia sobre a possibilidade de eu chefiar uma missão humanitária de ajuda ao Líbano, eu logo disse a ele que estava agradavelmente surpreendido, mas extremamente emocionado com o convite, que desde logo aceitei”, disse o ex-presidente.

A comitiva, liderada pelo ex-presidente, bem com o cargueiro com mantimentos, decolam da base aérea de São Paulo nesta quarta-feira (12/8) e chegam ao Líbano na tarde de quinta, com paradas em Fortaleza (CE) e Valença (Espanha).


Em seu discurso, Temer afirmou que a indicação de ex-presidentes para missões diplomáticas e humanitárias é prática comum nos Estados Unidos e agradeceu o gesto de Bolsonaro.

Bolsonaro comenta pronunciamento do dia 24/3 durante coletiva no Alvorada

“Eu quero dar mais uma palavra a respeito do ato, digamos assim, extremamente civilizado que o senhor pratica. Vossa excelência bem sabe que nos Estados Unidos não é incomum que o presidente da república designe ex-presidentes para essas missões humanitárias e até mesmo diplomáticas. Então, vossa excelência, com esse gesto também dá um exemplo para o Brasil, mas para todas as nações do mundo”, disse Temer

Aproximação

Bolsonaro foi um dos deputados que votou a favor da abertura do processo de impeachment contra o então presidente Michel Temer.


“Com a coerência de sempre, pelo fim da corrupção, o meu voto é não pelo prosseguimento das investigações” disse à época. Na realidade, o voto “não” representava a negativa do arquivamento da denúncia, de modo que o então deputado votou contra Temer no processo.

Superado o episódio, Temer passou a ser conselheiro de Bolsonaro, como revelou o Metrópoles. Uma das orientações, a de parar de dar entrevistas no cercadinho do Palácio da Alvorada, está sendo seguida à risca pelo atual chefe do Executivo, que parou de falar com a imprensa na porta da residência oficial.


Na cerimônia desta quarta, Bolsonaro fez afagos em Temer. “Senhor presidente Michel Temer, muito obrigado por ter aceitado representar o Brasil nessa missão humanitária. Quando o Almirante Rocha se dirigiu para telefonar ao presidente Temer, eu já tinha certeza, pelo seu passado, que eu muito bem acompanhei enquanto parlamentar, que ele aceitaria de pronto essa missão”.

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