Com faixas e cartazes, manifestantes alegam que ato é contra demissões realizadas por empresas de ônibus ao longo da pandemia e a dupla função de motoristas.

Imagem aérea mostra diversos ônibus parados na região central do Recife durante protesto dos rodoviários, nesta segunda-feira (21) — Foto: Reprodução/TV Globo

Ônibus ficaram parados em vias da região central do Recife durante um protesto, nesta segunda-feira (21). Os manifestantes afirmaram que o ato foi convocado para alertar para demissões de rodoviários ao longo da pandemia de Covid-19 e contra o acúmulo de função de motoristas dos coletivos

O grupo também pediu que 100% da frota de ônibus volte a circular, já que atualmente cerca de 70% do total de coletivos opera no Grande Recife. O ato foi iniciado por volta das 7h30 e, até as 11h30, os veículos seguiam parados.

Devido ao ato, passageiros tiveram que seguir a pé em direção ao Cetro do Recife. A equipe da TV Globo flagrou pessoas caminhando em vias como as avenidas Cruz Cabugá, desde a altura do Shopping Tacaruna, Conde da Boa Vista e Agamenon Magalhães por não terem como seguir nos veículos.
Os coletivos ficaram parados em filas em diferentes pontos. Com faixas e cartazes, eles estavam posicionados no cruzamento da Rua da Aurora e Avenida Conde da Boa Vista e no da Rua do Sol com Avenida Guararapes.

Também foram vistos ônibus estacionados na Praça do Derby e em três faixas da Avenida Agamenon Magalhães, por volta das 12h.

Os manifestantes também alegaram que querem alertar sobre o projeto de lei em tramitação na Câmara dos Vereadores do Recife que propõe a proibição do acúmulo das funções de motorista de ônibus e cobrador. Previsto para ser votado nesta segunda (21), ele foi retirado da pauta, segundo a assessoria de comunicação da Câmara.
Ônibus ficaram estacionados na Ponte Duarte Coelho, na região central do Recife, durante protesto de motoristas e cobradores, nesta segunda-feira (21) — Foto: Reprodução/TV Globo

O Grande Recife Consórcio de Transporte informou, por meio de nota, que não foi comunicado sobre o protesto. O consórcio afirmou que procura, em conjunto com a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), "alternativas para o desvio do itinerário das linhas que passam pela localidade com o objetivo de mitigar os impactos deste protesto para os usuários".

Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) informou que "o movimento ocorre sem qualquer diálogo prévio e não observa a antecedência mínima exigida aos serviços essenciais". O G1 questionou sobre as demissões, mas não recebeu resposta.


A CTTU informou que, por volta das 12h, os ônibus estacionados pelos manifestantes ocupavam uma faixa das avenidas Conde da Boa Vista e Cruz de Cabugá, da Ponte Duarte Coelho e da Rua do Sol. Ainda segundo a CTTU, não havia retenção no trânsito para os motoristas.
Protestos anteriores
Outras paralisações foram realizadas por trabalhadores dos ônibus nas últimas semanas no Grande Recife. Em 25 de agosto, funcionários da empresa Vera Cruz não tiraram os coletivos da garagem. Na data, passageiros da Zona Sul do Recife e da parte sul da Região Metropolitana enfrentam dificuldades até à noite, pois não houve acordo entre os funcionários e os empregadores.

No dia 4 de setembro, os motoristas e cobradores da empresa Caxangá paralisaram as atividades dos ônibus e não saíram das garagens, afetando passageiros do Recife e de Olinda. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, o protesto foi feito por conta das demissões por parte da empresa, classificadas como "abusivas" pelos trabalhadores.