Ricardo Silva Souza, 35 anos, foi detido em flagrante enquanto desferia dezenas de facadas na namorada, que morreu no Sol Nascente


Acusado de matar a facadas Maria Jaqueline de Souza, 34 anos, Ricardo Silva Souza, 35, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva em decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) nesse sábado (12/12). O enterro de Jaqueline está prevista para as 10h30 desta segunda-feira (14/12) no Cemitério de Taguatinga.

Segundo sentença do juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel, ficou comprovada a “brutalidade fora do comum” empregada pelo réu. Dessa forma, “em liberdade, o acusado apresenta grave risco à ordem pública”, avaliou o magistrado, antes de converter a prisão em flagrante para preventiva, que pode durar até 180 dias enquanto não houver nova decisão da Justiça.

Ricardo foi flagrado desferindo dezenas de facadas contra a vítima, tanto por uma testemunha quanto por policiais. No despacho, o magistrado utiliza a descrição do policial que tomou o depoimento da testemunha. Segundo ele, “o depoente ficou impressionado com a cena que presenciou, pois, enquanto esfaqueava a vítima, Ricardo proferia palavras ligadas à religião — como se estivesse em transe, surto psicótico, sob efeito de narcóticos ou possuído por alguma entidade (demoníaca)”.

Ele estava sobre o corpo da mulher quando a Polícia Militar chegou ao local. Nem a presença dos policiais intimidou o homem, que continuou esfaqueando a namorada. Ele só parou após levar dois tiros, dois disparos de arma de choque e golpes de barra de ferro nas mãos, que seguravam a lâmina.

Preso na manhã de sexta-feira (11/12), após cometer o feminicídio, identificou-se que Ricardo tem passagens pela polícia, uma delas por tráfico de drogas. Ele era condenado e cumpria pena em regime domiciliar. Atualmente, era investigado por uma tentativa de roubo, ocorrido em abril deste ano.

O crime

Um dos vizinhos de Ricardo filmou o assassinato. Nas imagens, as quais o Metrópoles teve acesso, é possível ver o homem esfaqueando a mulher, repetidamente.

Com uma grande quantidade de sangue nas mãos, o acusado gritava: “Filho de Deus! Filho de Deus!”, enquanto cravava a lâmina no corpo da vítima insistentemente. O vídeo não será publicado, em respeito aos leitores e aos familiares de Maria Jaqueline.

Autor e vítima haviam iniciado um relacionamento há pouco tempo. Segundo consta na ocorrência, registrada na Deam II, em Ceilândia, um vizinho chamou a polícia. Após acionar os militares, o homem iniciou a gravação, com o próprio celular, feita da janela da casa onde ocorreu o crime.


Sentado sobre o corpo de Maria Jaqueline, Ricardo dizia frases desconexas, todas ligadas à religião. “Jesus. Filho de Deus. Filho de Deus. Só o Senhor Jeová. Só o Senhor Jeová”, gritava o homem, esbaforido, enquanto matava a namorada.

O crime ocorreu na casa do acusado, na Chácara 151 do Trecho 1, no Sol Nascente. No local, foram encontradas substâncias identificadas até o momento como cocaína. Policiais militares que atenderam à ocorrência disseram que Ricardo aparentava estar em surto psicótico e sob efeito do entorpecente.



À Polícia Civil do DF (PCDF), os PMs informaram que Jaqueline respirava com dificuldade quando conseguiram render Ricardo. Porém, em poucos minutos, a mulher morreu. Vizinhos contaram que foi a primeira vez que viram a vítima no local. Maria Jaqueline deixou quatro filhos, de 15, 11, 6 e 4 anos.

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