Grupo contesta se convocar chefes de executivos estaduais fere a Constituição. Se autorizada, ação cria precedente para o Senado chamar como testemunha o presidente da República e até ministros do STF.

Reunião da CPI da Covid nesta terça (26) — Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Os governadores estão se articulando para irem em conjunto, e não isoladamente, ao STF questionar se a convocação de chefes de executivo estaduais por uma CPI no Senado fere a Constituição federal.


Nesta quarta (26), o grupo do Senado aprovou a convocação de nove governadores, entre outras sete testemunhas, para depor na CPI da Covid. Se o precedente for aberto, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e até ministros do STF poderão ser convocados no futuro.

A dúvida dos governadores é se a ida em conjunto ao STF alimentará o discurso bolsonarista de que eles tem medo de investigação.


Consultado, o governador de São Paulo, João Doria, não vai assinar o documento. Prefere ir a CPI, se convocado!

Dos convocados, sete são considerados governistas: Carlos Moisés (SC), Marcos Rocha (RO) e Mauro Carlesse (TO) são do PSL, Wilson Lima (AM) integra o PSC, Waldez Góes (AP) é do PDT, Ibanes Rocha (DF) faz parte do MDB e Antonio Denarium (RR) está sem partido.


Apenas Wellington Dias (PI), que é do PT, e Helder Barbalho (PA), do MDB, fazem parte da oposição ao governo Bolsonaro.


O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel está fora do grupo. Não só porque não está mais no Palácio Guanabara como faz questão de depor. Vai atacar Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e a sub procuradora Lindora Araújo.


Se só sobrar Witzel, estará desenhada a maior trapalhada da bancada governista na CPI da Covid.

g1.globo.com