A BBC analisa três formas como população global poderia ser afetada caso os Estados Unidos não consigam chegar a um acordo sobre a dívida do país.

O governo dos EUA está atualmente envolvido em uma disputa que pode se tornar uma das mais caras da história.


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Se democratas e republicanos não concordarem em permitir que o governo dos EUA tome mais empréstimos — ou, para usar o jargão das finanças públicas, aumente o teto da dívida —, a maior economia do mundo deixará de pagar sua dívida de US$ 31,4 trilhões.


Eles precisam chegar a um acordo até 1º de junho — data conhecida como "dia X".


Em troca de apoio para aumentar o teto da dívida, os republicanos estão exigindo cortes orçamentários na ordem de US$ 4,5 trilhões, o que frustaria várias prioridades da agenda do presidente Joe Biden.



A Casa Branca chamou a exigência republicana de "um plano para devastar famílias americanas trabalhadoras", embora tenha sinalizado nos últimos dias que pode fazer algumas concessões orçamentárias.


Tanto Biden quanto o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, estão sob pressão de alas dos seus respectivos partidos para não ceder. Com uma estreita maioria democrata no Senado, de diferença de apenas uma cadeira, e o controle também apertado dos republicanos na Câmara dos Representantes, chegar a um acordo até agora se mostrou complicado.


Biden afirmou, durante a cúpula do G7, no Japão, que planejava conversar com McCarthy ainda neste domingo (21/5) para tentar uma nova negociação. Na véspera, McCarthy havia dito a jornalistas que não esperava avanços no diálogo até que Biden voltasse do Japão.


Se não houver acordo, o impacto seria "devastador" não só nos EUA como no resto do mundo, de acordo com o ministro britânico das Finanças, Jeremy Hunt.


"Seria absolutamente devastador se os EUA, um dos maiores motores da economia global, tiver seu PIB (Produto Interno Bruto) tirado dos trilhos pela ausência de um acordo", disse ele, também durante o G7.


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Na prática, o que isso significaria para a economia — e para você?

A economia

Em primeiro lugar, é preciso estabelecer algo: todos os especialistas com quem a BBC conversou acham que os EUA não vão dar calote em sua dívida.

No entanto, se isso acontecesse, "a crise financeira global [de 2008] pareceria apenas uma pequena festinha" em comparação, diz Simon French, economista-chefe do banco de investimentos Panmure Gordon.


Se os EUA não elevarem o teto de sua dívida, não poderão tomar mais dinheiro emprestado — e rapidamente ficarão sem verba para pagar suas obrigações.


"O governo pararia de distribuir pagamentos de benefícios sociais e apoio às pessoas, o que afetaria a capacidade delas de consumir e pagar suas contas", diz Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell. "Portanto, isso afetaria a economia."


O Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca estima que, se o governo não chegar a um acordo sobre o teto da dívida por um período prolongado, a economia americana poderá encolher até 6,1%.


O economista Mohamed El-Erian, presidente do Queens' College da Universidade de Cambridge, diz que um calote "provavelmente levaria os EUA à recessão".

Isso teria grandes efeitos no resto do mundo.

"Os EUA são um dos maiores parceiros comerciais do mundo. [Nesse cenário de calote] Eles comprariam menos produtos do resto do mundo", diz.


El-Erian não acha que uma recessão nos EUA levaria a uma desaceleração econômica em outros países. Já French está "100% convencido" de que isso aconteceria.


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Preços disparariam

O dólar americano é a moeda de reserva do mundo.

Uma enorme lista de commodities importantes, como o petróleo e o trigo são cotados em dólares.


Se o governo dos EUA não pagar sua dívida, o valor do dólar deverá desabar drasticamente.


Isso parece boa notícia para pessoas fora dos EUA, mas na prática significa que os investidores em commodities "não saberiam como precificar as coisas", diz French.


"Com um calote dos EUA, os investidores entrariam em pânico e se perguntariam: 'O Japão será o próximo? O Reino Unido? A Alemanha? Quem mais se tornará inadimplente?'", diz ele.

Fonte: g1.globo.com


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