Segundo o governo, mais de 2 mil casos e 30 mortes foram registrados entre menores de 10 anos neste ano no estado. Pediatra tirou dúvidas sobre a Srag.


A situação de emergência de saúde decretada pelo governo de Pernambuco na terça (20), por causa da superlotação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal e pediátrica, acendeu o alerta diante do aumento de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) no estado.


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Em entrevista ao Bom Dia Pernambuco, da TV Globo, nesta quinta (22), a pediatra e infectologista Regina Coeli explicou os sintomas dessa síndrome e o que pode levar uma criança à emergência (veja vídeo abaixo).

Segundo a médica, junho é um mês desafiador para combater a Srag devido ao inverno e à inalação de fumaça com as fogueiras de São João.

Quais são os sintomas da Srag?

De acordo com a infectologista, além dos sintomas gripais, como coriza e tosse, o que ajuda a caracterizar a Síndrome Respiratória Aguda Grave é o cansaço para respirar e a baixa de saturação de oxigênio.


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Por que os casos aumentam no inverno?

Segundo a médica, por causa da sazonalidade do período, as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas, por causa da chuva e do frio, em locais como shoppings, o que aumenta a compartilhamento viral.

Por que as crianças são mais vulneráveis?

"As crianças não têm as etiquetas respiratórias que praticamos, como espirrar e tossir no lencinho", disse a pediatra.

Regina Coeli também afirmou que a criança alérgica ou asmática pode apresentar uma piora com mais facilidade.


Quando levar a criança para o hospital?

A médica explicou que:

🌡️ Se a febre persistir e a pessoa apresentar uma dificuldade para respirar, é necessário levar à emergência;

😷 No caso de crianças asmáticas e alérgicas, é necessário ter um cuidado maior e levar ao pediatra assim que surgirem os primeiros sintomas.

O que acontece se a síndrome piorar?

"O vírus não necessariamente vai causar uma infecção bacteriana, mas o portador fica vulnerável a isso", afirmou Regina. Entre as complicações citadas pela infectologista, estão otite e pneumonia.

O que deve ser evitado no tratamento?

A médica orientou que os pais não devem medicar as crianças por conta própria sem consultar um médico antes, pois cada caso pode precisar de uma medicação específica. Entre os maiores erros cometidos pelos parentes, Regina Coeli citou o uso de antibióticos por conta própria.

"O antibiótico é para bactéria, e não vírus. Muitos pais falam 'ah, isso é para tratar o catarro', mas não é assim que funciona", disse a pediatra.

Que cuidados ajudam a prevenir?

Além de enfatizar a importância da vacinação contra a Covid-19 e influenza, que teve a campanha prorrogada até o dia 30 de junho, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) orientou a população sobre cuidados com as crianças, bebês e recém-nascidos, como:


Evitar levar a criança a locais fechados e com aglomerações;

Manter o cartão de vacinação atualizado;

Evitar a circulação das crianças em escolas e creches quando apresentarem sintomas de gripe;

Manter os hábitos de higiene, como lavar as mãos.

Até quando vale o decreto estadual?

⚠️ O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado, na terça-feira (20), e entrou em vigor imediatamente;


⚠️ A emergência em saúde pública é válida por 90 dias, mas pode ser prorrogada, se for necessário.


Há quantos leitos de UTI e como está a fila?

Segundo o governo de Pernambuco, foram registrados mais de 2 mil casos de Srag entre menores de 10 anos, com mais de 30 mortes confirmadas, neste ano no estado.

A Secretaria Estadual de Saúde também afirmou que

79 bebês e crianças estavam na lista de espera por uma vaga por leitos de UTI até a manhã desta quinta-feira (21), das quais 59 estão com Srag;

A rede de leitos de terapia intensiva estadual conta com 219 unidades pediátricas e 111 neonatais.

De abril a junho, foram abertos 90 novos leitos de UTI no estado, sendo 70 leitos pediátricos; 10 leitos pediátricos cardiológicos e 10 leitos neonatais.

Em entrevista à TV Globo, a secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, disse que o decreto é um instrumento legal para uma situação de emergência sanitária causada pela sazonalidade da gripe pediátrica (veja vídeo acima).

Ela afirmou ainda que:

Essa sazonalidade também acontece em diversos estados do país;

Existe indisponibilidade de intensivistas pediátricos no mercado de trabalho e, mesmo que o estado tenha a intenção de abrir mais leitos, não existem profissionais de saúde para trabalhar nesses leitos;

O tempo de espera por um leito de UTI pediátrica vem diminuindo com o aumento da oferta de leitos e com a redução do número de casos;

A secretaria tentou solicitar vagas na rede privada de hospitais, mas também não existe disponibilidade, pois o problema é generalizado.

A falta de leitos está afetando as redes de saúde pública e privada e também existem casos que estavam na fila para internação de hospitais particulares que entraram na fila de espera do SUS.



Fonte: g1.globo.com/pe

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