Na sessão desta quarta, a Corte entendeu que há "omissão constitucional" na falta de aprovação da gratuidade

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu nesta quarta-feira (18/10) que estados e municípios devem garantir transporte público gratuito durante as Eleições de 2024. Por unanimidade, o Supremo também pediu ao Congresso a aprovação de uma norma para regulamentar o direito. 


O tribunal definiu que o transporte urbano, municipal e intermunicipal deve ser oferecido nos dias de votação em frequência compatível com dias úteis. E de graça para todos os cidadãos.

Pela decisão, caso os parlamentares não aprovem uma norma sobre o assunto, a regulamentação ficará a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O custo da gratuidade será coberto pelas prefeituras e Estados - no caso dos sistemas que têm gestão metropolitana.

Durante as eleições do ano passado, o relator do caso e presidente do STF, Luís Roberto Barroso, atendeu ao pedido de liminar protocolado pela Rede Sustentabilidade e determinou que o transporte público gratuito fosse mantido nos dois turnos do pleito. Em seguida, a medida foi referendada pelo plenário.


Na sessão desta quarta, a Corte julgou definitivamente o caso e entendeu que há "omissão constitucional" na falta de aprovação da gratuidade.

Para Barroso, o transporte público gratuito permite que toda a população possa participar do pleito. "Numa democracia, as eleições devem contar com a participação do maior número de eleitores e transcorrer de forma íntegra, proba e republicana", afirmou.


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O presidente também afirmou que a atuação do Supremo se justifica diante da falta de lei sobre o assunto. "Faço apelo ao legislador para que edite lei apta a sanar a referida omissão constitucional, de modo que seja assegurada a gratuidade de transporte gratuito coletivo urbano aos eleitores com frequência compatível com aquela compatível com os dias úteis", completou.

ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO DEFENDEU GRATUIDADE




Política de passagem de graça para a população tem crescido no País, principalmente após a pandemia de covid-19, mas o caminho ainda é longo - REPRODUÇÃO

Durante o julgamento, o advogado-Geral da União substituto, Flávio José Roman, defendeu o acesso gratuito ao transporte e disse que a medida assegura a democracia no País.


"O custo de transporte para determinadas camadas sociais se apresenta com uma barreira ao exercício do direito de votar", argumentou.

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A defensora pública Tatiana Melo Aragão Bianchini também defendeu a medida e comentou que a liberação do transporte público provocou a diminuição da abstenção de eleitores no segundo turno das eleições de 2022.


"Políticas públicas tendentes a permitir o maior comparecimento possível aos locais de votação a todas as classes sociais contribuem para o fortalecimento da democracia", concluiu.

FISCALIZAÇÃO DA GRATUIDADE SERÁ FEITA PELA JUSTIÇA ELEITORAL


STF bate o martelo: transporte público será de graça nas Eleições 2024 - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A Justiça Eleitoral vai fiscalizar os planos de transporte apresentados pelos prefeitos e governadores para evitar que redutos eleitorais sejam privilegiados. O passe livre começou a ser implementado no segundo turno das eleições de 2022, por uma decisão provisória de Barroso.

TARIFA ZERO CRESCEU NO BRASIL DEPOIS DAS ELEIÇÕES 2022

Nas Eleições 2022, o Passe Livre ou Tarifa Zero virou um sucesso nacional, principalmente para o segundo turno. Levantamento de entidades que lutam pela prática como política de inclusão social - muito além das estratégias eleitorais - apontou que 335 cidades não cobraram a tarifa dos passageiros no domingo (30/10/2022).

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A estimativa era de que 98,2 milhões de pessoas foram beneficiadas. E, o que é mais gratificante sob a ótica da desigualdade social, todas as 27 capitais do País aderiram ao movimento. Até mesmo São Paulo, cuja gestão resistiu à medida o quanto pôde, cedeu. E incluiu, além dos ônibus, o transporte sobre trilhos. Os metrôs e trens, vale ressaltar, não tiveram a mesma adesão que os sistemas de ônibus.


SUCESSO DA TARIFA ZERO TAMBÉM EM PERNAMBUCO

Em Pernambuco, números apresentados pela Urbana-PE (o sindicato das empresas de ônibus e quem ainda controla o sistema de bilhetagem eletrônica dos coletivos do Grande Recife) mostraram que a demanda aumentou 115% em relação aos domingos comuns e 59% na comparação com o primeiro turno, quando o governo de Pernambuco não ofereceu gratuidade e uma tímida oferta de transporte.


Segundo a Urbana-PE, foram transportados 725.843 passageiros no domingo. No primeiro turno tinham sido 529.625 pessoas. A opção pelo controle do acesso dos passageiros aos coletivos - no lugar de apenas liberar as catracas, como a maioria das 378 cidades e capitais que aderiram ao Passe Livre no segundo turno - também se mostrou positiva.



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