Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ipojuca, no Grande Recife — Foto: Leonardo Pacheco/WhatsApp
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Caso aconteceu em Ipojuca, no Grande Recife. Posteriormente, profissional achou celular e pediu desculpas. Mãe disse que ela e filha levantaram roupas para mostrar que não roubaram.

Uma pescadora e a filha dela, uma adolescente de 17 anos, foram acusadas de roubo e tiveram as bolsas revistadas por um médico após uma consulta na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco.


De acordo com a pescadora Sandra Franco, de 42 anos, o funcionário do local tinha perdido o aparelho e, depois de pressionar as pacientes, encontrou o telefone. O caso foi denunciado à Polícia Civil, que abriu uma investigação.

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Sandra Franco tem 42 anos e mora em Sirinhaém, no Litoral Sul de Pernambuco. Ela é pescadora artesanal há mais de 30 anos, desde que era criança, e contou que, na sexta-feira (29), procurou a UPA de Ipojuca porque a filha estava com alergias e há mais de quatro dias sofria com falta de ar e tosse.

A garota passou por uma triagem e, no consultório, foi atendida pelo médico Matheus Nickel Saúde. Segundo a prefeitura de Ipojuca, que gerencia a unidade, o profissional nega ter feito acusação de roubo e afirma que "perguntou a alguns pacientes se tinham visto o aparelho celular" (veja resposta mais abaixo).

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"Ele atendeu a gente e passou remédios para ela. Quando estávamos na sala de medicação, depois de uns dez minutos, ele chegou agoniado e com um celular no ouvido, como se estivesse ligando para o telefone dele, e perguntou se nós duas não estávamos sentindo um celular vibrando, porque o telefone dele tinha sumido", afirmou Sandra Franco.

Sandra Franco contou que tudo aconteceu quando elas ainda aguardavam para que a adolescente fosse medicada, e que técnicas em enfermagem que trabalhavam no local presenciaram as acusações.

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"Eu não estava aguentando mais e levantei meu vestido até a minha cabeça para ele ver que eu não tinha roubado. Minha filha levantou a blusa. Ele saiu indignado. Depois de um tempo, voltou, abriu a porta e disse 'achei o celular. Desculpa aí'. Foi aí que eu desabei. Comecei a chorar bastante, porque nunca fui tão humilhada", contou.


"Na hora, nem pensei em ligar para o 190 e acionar a polícia. Nunca passei por algo assim, e acho que o fato de sermos negras tem a ver com esse julgamento dele", disse.

Sandra e a filha foram chamadas à direção da UPA, que é de gestão da prefeitura de Ipojuca. Lá, uma enfermeira fez um pedido de desculpas em nome do hospital e do médico.


No sábado (30), as duas foram à Delegacia de Porto de Galinhas, também em Ipojuca, para registrar um boletim de ocorrência. A Polícia Civil informou que registrou o caso como "outras ocorrências ilícitos penais" e disse que "as investigações foram iniciadas e seguem até esclarecimento do caso".


Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do município lamentou o "mal-entendido" e disse que a direção da UPA converso com o médico, "que explicou que perguntou a alguns pacientes se tinham visto o aparelho celular, mas sem fazer acusação a ninguém sobre a falta do equipamento".

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Confusa, a pescadora questionou o médico se ele estava acusando ela e a filha de terem furtado o celular. A resposta dele foi ainda mais incisiva.


"Ele disse 'vocês foram as últimas pessoas a saírem do meu consultório. Abram a bolsa'. Eu e minha filha abrimos a bolsa, ele revistou e saiu bem abusado. Além de nós, havia mais seis pessoas na sala de medicação. Passados alguns minutos, ele bateu na porta, olhou novamente para a gente e perguntou 'cadê meu celular?'. Ele tinha muito ódio nos olhos", declarou a pescadora.

Afirmou, também, que vai aguardar o trâmite civil e que a Ouvidoria da Saúde está aberta para receber as alegações da pescadora e da filha dela.

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Fonte: g1.globo.com/pe/


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