Escola carioca trouxe representação bíblica sem vilipendiar a fé


A escola de samba Unidos da Tijuca encerrou o desfile do primeiro dia de Grupo Especial do Rio de Janeiro. Segundo os sambistas, o tema deste ano queria “representar a presença de Deus na vida de seus filhos” através do pão.



Após a grande polêmica envolvendo a representação de Jesus no desfile da Gaviões da Fiel, em São Paulo, a agremiação carioca abriu o seu desfile com uma representação da Santa Ceia. Também mostrou um pouco a história de Jesus, “o pão da vida”.

Já a performance da Comissão de Frente interpretou o Êxodo, travessia de 40 anos do povo hebreu rumo à Terra Prometida. Os passistas tentavam mostrar como foi o recebimento do maná, o pão enviado por Deus.



Apesar de ser elogiado, o enredo da Tijuca está longe de ser considerado ‘cristão’. O sincretismo estava presente, com as alas de Santo Antônio, Santa Isabel e Nossa Senhora (que distribuíam pães aos pobres) e a ala Ogum (sobre a tradição de oferecer pão ao Orixá).

Ainda que para muitos o Carnaval não combine com religião, pelo menos Unidos da Tijuca não vilipendiou a fé alheia

Parte da letra do samba-enredo “Ó, Meu Pai, Me Dê o Pão Que Eu Não Morro de Fome!”, diz:

“Sou a fé na vida/Esperança da massa
Aquele que na dor te abraça
Sou eu, a verdade pra quem pede luz
Carregando a sua cruz
O alimento em comunhão
Princípio da salvação
Ouço chamar meu nome
Ouço um clamor de prece
Choro ao te ver com fome
Sou o cordeiro que a alma fortalece
Ó, meu pai, o seu amor é a receita
Iluminai, que não me falte o pão na mesa
Derrame igualdade, prosperidade
As bênçãos do céu
Se Deus é por nós, escute a voz
Que vem do meu Borel
Hoje a Tijuca pede em oração
Veste a fantasia pra fazer o bem
Multiplica o sagrado pão
Amém”



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