É inegável que praticar exercícios físicos, como corrida, musculação e ciclismo, faz bem para a saúde. No entanto, pesquisadores do Pacific Northwest National Laboratory (PNNL), nos Estados Unidos, sugerem que o exercício intenso e vigoroso pode impactar negativamente o sistema imunológico por um curto período.

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A ideia é defendida em estudo recém-publicado na revista Military Medical Research. No entanto, mais dados ainda são necessários para comprovar que, de fato, as pessoas estão mais propensas a ter uma infecção respiratória, após atividades vigorosas.


No estudo, os pesquisadores acompanharam 11 jovens saudáveis, que atuam como bombeiros, durante o treinamento. Como parte da rotina de preparação em casos de incêndios, eles correm 45 minutos em um terreno montanhoso, sob o sol, carregando cerca de 40 kg em equipamentos.

Após a sessão intensa de exercício físico, os bombeiros forneceram amostras de sangue, saliva e urina para análise. No total, os cientistas analisaram 4,7 mil moléculas, incluindo proteínas, lipídeos e metabólitos, de cada voluntário. Amostras pré-atividade foram usadas como controle.

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“Queríamos analisar em profundidade o que está acontecendo no corpo e ver se somos capazes de detectar o perigo da exaustão em seus estágios iniciais. Dessa forma, talvez, possamos reduzir o risco de exercícios extenuantes para socorristas, atletas e militares”, afirma Kristin Burnum-Johnson, uma das autoras do estudo, em nota.


Mudanças no sistema imunológico
Os pesquisadores se surpreenderam com as mudanças observadas na saliva. Por exemplo, o microbioma oral estava bastante diferente, com maiores concentrações de peptídeos antimicrobianos (PAMs) que combatem bactérias. Por outro lado, o número de defesas contra infecções virais era menor, observado pela redução dos sinais inflamatórios no sistema respiratório.

Segundo os autores, a redução dos níveis de inflamação é uma mudança adaptativa provocada pelo exercício físico intenso, onde as pessoas precisam respirar mais e de forma mais eficiente. Nesse cenário, ter menos sinais inflamatórios no sistema respiratório melhora a respiração e o fluxo sanguíneo em todo o corpo.

No entanto, isso pode ter um efeito indesejado. “Pessoas que estão em boa forma física podem ser mais propensas a infecções respiratórias virais imediatamente após exercícios vigorosos. Ter menos atividade inflamatória para combater uma infecção pode ser uma das causas”, sugere Ernesto Nakayasu, outro pesquisador envolvido no estudo.


Agora, é preciso entender se o exercício físico intenso aumenta realmente o risco de infecções, com relatos do mundo real — dessa vez, os bombeiros não ficaram doentes —, como sugerem os dados laboratoriais. Se isso for verdade, é preciso pensar em alternativas protetoras para os indivíduos que realizam atividades intensas como parte do trabalho, incluindo os bombeiros.



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